O pesquisador Hubert Egger, da Universidade de Linz, Austrália, explica que sensores presos na palmilha do "pé" artificial estimulam nervos na base do coto - a parte do membro que ficou após a amputação. Para recuperar esta sensação no paciente, cirurgiões primeiro tiveram que reposicionar os nervos na base de seu coto que ficassem mais próximos à superfície da pele. Seis sensores foram acoplados à base da prótese, para medir a pressão imposta ao calcanhar e aos dedos artificiais, assim como o movimento dos pés.
Os sinais emitidos são captados por um minicontrolador, que os retransmite para estimuladores posicionados na prótese, no ponto onde ela toca a base do membro amputado. Estes componentes vibram, estimulando os nervos, que enviam sinais para o cérebro.
Rangger, um ex-professor de 54 anos que perdeu a perna após um coágulo causar um acidente vascular, vem testando a prótese há seis meses, tanto no laboratório quanto em casa. "Não escorrego mais no gelo e posso dizer se estou andando sobre cascalho, concreto, grama ou areia. Sinto até mesmo pequenas pedras", diz ele, que também pratica corrida, ciclismo e escalada.
Outro grande benefício foi a redução das dores que sentia de seu "membro fantasma", mesmo anos após ter sido amputado. Egger diz que isso ocorre porque o cérebro agora recebe informações concretas em vez de buscar pelo membro que falta.