quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

COMO HOLLYWOOD VÊ O RIO


O  Rio de Janeiro continua  lindo, mas as locações para filmagens na cidade maravilhosa  estão sempre ligadas  a  antigos  clichês. Desconsiderando  os jogos Pan Americanos, as Olimpíadas já próximas e a pacificação nas favelas, os  “Big Boss”  de  Hollywood  ainda  tem  uma  imagem espanholada de uma cidade  exótica  e  criminosa. Pensam que o Rio é um lugar caliente refúgio tropical de malfeitores gringos,  com  macacos  pelas  ruas e  onde  se ouve rumba.  O  interesse  pelas  locações  no  Rio  é  crescente.  Em  2011,  62 produções  filmaram  no  Rio, 55% mais  que  em 2010, segundo  a  Rio  Film Comission.


A revista Época desta semana, vem com uma matéria interessante sobre erros cometidos nas gravações por culpa dos clichês eternos.



1979 – 007 Contra o Foguete da Morte – James Bond aluga  um  cavalo  no Cosme Velho (bairro de classe media/alta) e sai galopando rumo à Amazônia. Devia ser um cavalo do primeiro mundo, o “Silver”, quem  sabe. E o  traseiro do espião, vamos ter que respeitar também. Achou pouco né, mas tudo isto ele fez vestindo um poncho gaúcho.

1984 – Feitiço do Rio – O filme trás Demi Moore aos 22 anos , em  um  ritual  de  candomblé em que as pessoas vão ficando peladas, onde cariocas vestem-se de baianas e os nativos do Rio andam com aves penduradas no ombro.


2001 – Orquídea Selvagem – Em uma cena do filme, um túnel na zona sul da cidade, leva os personagens ao Pelourinho em Salvador, o  que  sem  dúvida seria uma maravilha, mas que é totalmente sem noção.





2002 – Os Simpsons - Em 2002,  o  desenho  “Os Simpsons”  causou  uma enorme polêmica no episódio em que a família amarela vem ao Rio de Janeiro ajudar  uma  criança  carente .  Macacos  atacando  as  pessoas  na  rua, sequestro   relâmpago , apresentadoras  televisivas  infantis  hipersexys, libertinagem entre os moradores e erros geográficos causaram revoltas no governo  brasileiro (na época, Fernando Henrique Cardoso) , que exigiu um pedido de desculpas. O episódio, de fato, ironiza os problemas brasileiros e até inventa situações absurdas, mas também critica ferozmente a ignorância estadunidense – como  é  típico  do  desenho. Seu título,  “Feitiço de Lisa” (“Blame it on Lisa”) faz referência ao filme “Feitiço do Rio” (“Blame it on Rio”).



2011 – Velozes e Furiosos - Contém um exagero de clichês. Um traficante chamado Ernan Reyes, interpretado por um ator português, esta numa boca de fumo, cercado  de  mulheres  de biquíni  e  contando  dólares. Um trem  de luxo, no estilo europeu cruza a cidade do Rio. E  para colocar  fermento  na  ideia  de  que  o  Rio  é  só  corrupção, numa  das  cenas, um  bandido encurralado recusa a rendição e diz ao oficial do FBI:” Você  não  esta  nos Estados Unidos, está no Brasil. Aqui, a situação é outra”. É mole?



2011 – Mercenários – Stallone, agora como diretor, disse que fazer o filme no país  deu  mais  liberdade  para  usar  violência.  “Você pode  explodir o país inteiro, e eles vão dizer: 'Obrigado e aqui está um macaco para você levar de volta para casa'”. Na época, estes comentários  repercutiram  muito mal, deu origem  ao  movimento ”Cala  a  boca  Stallone” no  twitter  e  resultou  em retratação pública do diretor.



2011 – Amanhecer – A Época cita(não assisti, não suporto este tema) que no filme, o vampiro Edward e sua mulher Bella, passeiam pela Lapa(o bairro mais carioca que conheço), ao som de um samba esquisito cantado por um português. Numa  ilha  na  baia  de  Paraty, onde  passam  a  lua  de  mel, descobrem  que  a  faxineira  da  casa  é  uma curandeira índia. E todas as camareiras de Paraty, devem ser encolhedoras de cabeças, com certeza.





Um comentário:

  1. Acho que quem tem as cabeças encolhidas são as pessoas que insistem em passar uma idéia errada do Rio. Mas, é assim mesmo; quem desdenha quer comprar.

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