terça-feira, 16 de agosto de 2011

FETICHE, GLAMOUR E PERIGO



Espartilho, uma peça do vestuário feminino que atravessou séculos e fez história, passando de verdadeiro símbolo de opressão feminina a peça de fetiche. Dispõe de barbatanas metálicas e amarração nas costas que tem como objetivo reduzir a cintura e manter o tronco ereto, controlando as formas naturais do corpo e conferindo a ele mais elegância. Surgiu por volta do século XVI,como peça do vestuário feminino, possuindo barbatanas metálicas formando uma armação nas costas para manter a postura e dar suporte aos seios. Somente por volta do século XIX, graças a invenção do ilhós e o uso de barbatanas de baleia, que a atenção foi voltada para a cintura e teve início a era das cinturas minúsculas, conhecida como era Vitoriana.






A peça caiu em desuso no início do século XX quando foi inventado o sutiã. Nos anos 40 ela foi usada pelas Pin-ups e inspirou Christian Dior, que criou o New Look. Nos anos 60 o espartilho se tornou um acessório do fetiche e até hoje é muitas vezes usado como apelo sexual. Hoje, famosas vestidas com exemplares glamourosos desfilam na televisão, aparecem em ensaios de moda, shows e festas badaladas.

Essa prática pode trazer muitos riscos à saúde. Quem recorre hoje ao uso do espartilho acredita que, ao usar a peça apertada sobre o corpo, poderá manter a postura ereta e terá mais êxito nas dietas, pois, com o estômago pressionado, não conseguirá comer muito. Algumas afirmam que dá para perder de 6 a 10 centímetros de cintura ao usar o acessório por um período mínimo de 8 horas diárias, durante 4 a 6 meses. Referem que esta perda é possível porque a peça faz pressão nas costelas flutuantes, que são os dois últimos pares e as únicas que não se unem na frente como as demais, possibilitando como que moldá-las.





As costelas flutuantes realmente não são fáceis de quebrar por estarem presas apenas na coluna vertebral. Mas elas são assim justamente para não comprimirem o abdome e para protegerem os órgãos vitais. Sua compressão certamente afetaria a capacidade respiratória e diminuiria a circulação, podendo trazer problemas de saúde que vão se um simples edema de membros inferiores a trombose, pneumonia de estase e incompetência da musculatura dorsal por ficar imobilizada por longos períodos.

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