Um relatório do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos revela que, no dia 17 de junho, um Airbus A319 da TAM teve de voar sem instrumentos depois de bater num balão, 6 minutos após a decolagem do Aeroporto Santos Dumont, a cerca de 10 mil pés de altitude (mais de 3 mil metros). O artefato obstruiu um dos pitots do Airbus A-319, sensor que transmite informações sobre altitude e velocidade. Mas os pilotos perceberam que estavam sem nenhuma informação válida na cabine e, com o desligamento do piloto automático e a claridade do dia, conseguiram manter o avião manualmente até o pouso no aeroporto de Confins, em Minas Gerais.
O Airbus A-319 enfrentou situação parecida à do AF 447 , Airbus da Air France que caiu no Oceano Atlântico, em 1º de julho de 2009, deixando 228 mortos. No Airbus A330 da Air France, a falha nos sensores ocorreu por causa do congelamento dos pitots, durante uma tempestade a 35 mil pés (mais de 10,6 mil metros). Os pilotos tinham pouca visibilidade também por ser de madrugada (2h14). O incidente com a TAM aconteceu numa manhã de sol, e os pilotos possuíam referências visuais e conseguiram assim realizar o pouso.
O chefe do Cenipa, Brigadeiro Carlos Alberto da Conceição, considerou o incidente como grave e enviará nesta semana à Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) um pedido para que as secretarias de segurança dos estados tomem providências para evitar a prática de balões próximos a aeroportos. Só em 2010 foram reportados pelos pilotos de avião civil mais de 100 casos de avistamento de balões próximo a aeroportos. O maior registro é em Cumbica (52 casos), seguido de Viracopos (27), Galeão (19) e Congonhas (18).É a alta tecnologia de mãos dadas com a fragilidade. Voar não é tão seguro!
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